Numa manhã de Maio dos alvores da idade média,não se sabe bem já quando, um grupo de Cingeleiros destas terras de Riachos, andava, como tantos outros, na lavoura dos seus hastins dos campos do Espargal.
Auxiliavam-nos nas suas duras tarefas juntas de bois de trabalho que, pacientemente, puxavam os arados (feitos de madeira de azinho protegida, nas pontas, por bicos de ferro).
A certa altura e porque os bois não conseguiam avançar, fincando mesmo, com o esforço, os joelhos no chão, os lavradores repararam que o bico do arado estava preso numa grande pedra que começava a sobressair do ventre da terra.
Escavando, então, descobriram debaixo da laje uma imagem, escura e triste, de um Senhor Jesus Crucificado, que, com a surpresa, os fez cair de joelhos como se de um milagre estivesse acontecendo. Limparam-lhe, depois, a terra húmida dos cabelos (quase humanos), de entre os dentes da boca enteaberta, dos pés e das mãos. Ajeitaram-lhe os pregos da cruz e, depois, levaram-na bem para o centro da povoação, para o Largo, aonde, sabido do milagroso achado,depressa acorreram, vindos dos seus casais, os outros lavradores-cingeleiros de Riachos.
Carregada a imagem num carro puxado por uma junta de bois (precisamente aquela que a encontrou), enfeitaram-no de flores campestres e de ervas aromáticas e lá foram a cantar entregá-la (ainda que contrariadamente... ) à Igreja da sede da freguesia,em Santiago, perto do Paço, em Torres Novas.
A partir daí, todos os anos, em plena Primavera, os cingeleiros de Riachos fizeram nascer a sua "Festa", a Festa da Benção do Gado, desfilando alegremente com os seus animais, enfeitados e floridos, numa recordação da memória do seu achado.
E sempre, até aos dias de hoje, os riachenses relembram nesses dias o que há de mais profundo na sua memória: o encanto de uma lenda que acima de tudo representa a mais profunda ligação à Natureza, única fonte de riqueza da sua vida e do seu saber ancestral.
by Museu Agricola de Riachos.
Auxiliavam-nos nas suas duras tarefas juntas de bois de trabalho que, pacientemente, puxavam os arados (feitos de madeira de azinho protegida, nas pontas, por bicos de ferro).
A certa altura e porque os bois não conseguiam avançar, fincando mesmo, com o esforço, os joelhos no chão, os lavradores repararam que o bico do arado estava preso numa grande pedra que começava a sobressair do ventre da terra.
Escavando, então, descobriram debaixo da laje uma imagem, escura e triste, de um Senhor Jesus Crucificado, que, com a surpresa, os fez cair de joelhos como se de um milagre estivesse acontecendo. Limparam-lhe, depois, a terra húmida dos cabelos (quase humanos), de entre os dentes da boca enteaberta, dos pés e das mãos. Ajeitaram-lhe os pregos da cruz e, depois, levaram-na bem para o centro da povoação, para o Largo, aonde, sabido do milagroso achado,depressa acorreram, vindos dos seus casais, os outros lavradores-cingeleiros de Riachos.
Carregada a imagem num carro puxado por uma junta de bois (precisamente aquela que a encontrou), enfeitaram-no de flores campestres e de ervas aromáticas e lá foram a cantar entregá-la (ainda que contrariadamente... ) à Igreja da sede da freguesia,em Santiago, perto do Paço, em Torres Novas.
A partir daí, todos os anos, em plena Primavera, os cingeleiros de Riachos fizeram nascer a sua "Festa", a Festa da Benção do Gado, desfilando alegremente com os seus animais, enfeitados e floridos, numa recordação da memória do seu achado.
E sempre, até aos dias de hoje, os riachenses relembram nesses dias o que há de mais profundo na sua memória: o encanto de uma lenda que acima de tudo representa a mais profunda ligação à Natureza, única fonte de riqueza da sua vida e do seu saber ancestral.
by Museu Agricola de Riachos.
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